9.7.13

Restauração da Igreja de São João Evangelista



Fachada principal da Igreja de São João Evangelista.


              Com o patrocínio do BNDES, Banco Nacional de desenvolvimento Social, teve início a restauração dos elementos artísticos ou bens integrados da igreja de São João Evangelista, igreja em cujo consistório o IHGT funcionou de 1978 a 1996.

             O proponente da restauração é o nosso Instituto Histórico e Geográfico.


Tarja com símbolo de N.S. das Dores.
Altar colateral do lado do Evangelho.
              Atualmente está sendo feita a imunização, limpeza, abertura de galerias de cupins, consolidação do suporte (a madeira) e o retoque da pintura  da cimalha da nave  ou corpo da igreja. Esta cimalha tem um a curiosa pintura em marmorizado (imitação de mármore) de gosto popular, muito colorida, pintura esta datável do século XIX (por volta de 1840-1850) que também aparece na sanefa sobre o arco-cruzeiro ou arco triunfal, no tirante da nave ( travessa de madeira que trava  as paredes à altura do forro) e na cimalha da capela-mor, já restaurada pelo IPHAN em 1999.



 
Estatutos da Confraria de N.S. das Dores, 1801.
Ilustração do Estatuto. Desenho atribuído a
 Manuel, Victor de Jesus, 1801.




















Está também em adiantado estágio a obra dos dois altares colaterais, junto ao arco cruzeiro. O retábulo e altar de Nossa Senhora das Dores em talha de estilo rococó, com relevos dourados em fundo branco, pode ser datado dos últimos anos do século  XVIII ou mesmo da época  da fundação  da Confraria de Nossa Senhora das Dores (1801), de autor desconhecido mas atribuído  a Salvador de Oliveira. Além das rocalhas, o retábulo trás um resplendor ou glória no frontão, contendo o coração de Maria, ultrapassado por uma espada e  dentro do camarim inscrições a ouro referentes a virgem e o seu nome em cartela.


Coroamento do altar de N.S. dos 
Remédios, em fase de restauração da 
pintura branca.
      Já o retábulo de Nossa Senhora dos Remédios, em 1824 era de madeira lisa, menor e não fazia simetria com o das Dores, como atestou o bispo Dom Frei  José da SS. Trindade, em visita a igreja. Após esta data  foi feito  novo retábulo espelhado no fronteiro, mas como não era de nenhuma irmandade e o ouro já estava escasso nunca foi dourado e assim se manteve  como testemunho da história. Identificamos agora que a tarja central do frontão deste retábulo  foi aproveitado de outro lugar e teve que ser cortado nas bordas e retirado o emblema que era uma coroa de espinhos e três cravos, que se referia a paixão de Cristo. Ainda identificou-se que neste altar, o sacrário é falso, ao contrário do de Nossa Senhora das Dores, que expunha o Santo Lenho dentro dele, nas sextas-feiras.


        Nestes dois retábulos ficam à direita a imagem de Nossa Senhora dos Remédios e à esquerda a de Nossa Senhora das Dores, hoje sem policromia, por ter sido  furtada em 1994, ficando um ano enterrada e tendo sido  recuperada em 1998. Também ficavam nestes altares duas pequenas imagens de Santana, que hoje estão no Museu da Liturgia, um São João Evangelista e um São João Batista, também encaminhados ao museu.

Retábulo de N.S. das Dores em obra.

No retábulo de Nossa Senhora das Dores estão sendo feitas limpeza, imunização, obstrução de galerias, nivelamento e reintegração do douramento e fundo branco. Partes da talha com perdas serão recomposta. Já no retábulo de Nossa Senhora dos Remédios estão sendo feitas limpeza, imunização, consolidação do suporte e também será retocada a pintura branca, como no original.
 Também teve início a restauração das belas imagens de Santa Cecília e Santa Catarina de Alexandria, dos nichos do retábulo do altar-mor. A policromia e carnação destas peças já foram limpas e estão em fase de complementação de perdas e reintegração cromática.





Imagens de Santa Cecília e Santa
Catarina antes da restauração.
Santa Catarina em fase de limpeza
da policromia e carnação.
                          
       Ainda serão restaurados os móveis da igreja: dois arcazes, dois confessionários, um cabideiro e o nicho do antigo consistório de N. Sra. das Dores, onde se guardava a imagem processional.
             
_____________
Para mais fotos, acessem o Flickr do IHGT.

Nenhum comentário: